sábado, 21 de abril de 2012

Busted

Ontem estive com o R e finalmente consegui a abertura que precisava para começar a fechar-lhe o cerco.

Ele aceitou novamente um convite para um café e com a ajuda de uma amiga consegui abordar o facto de ele ser massagista, sem ele perceber qual a verdadeira intenção, e consegui sacar-lhe a possibilidade de uma marcação para uma massagem. Fiz-me de otária, coloquei-lhe uma série de perguntas pseudo técnicas sobre a coisa para parecer interessada nas suas credenciais e depois disse-lhe que queria experimentar a qualidade do seu trabalho já que as referências eram as melhores.

Um pequeno pormenor: quem faz as marcações é a mulher. Eu disse que ia ligar e pedir uma massagem especificamente com ele e que esperava não levantar outro tipo de questões. Ele deu-me carta branca (nem sabe onde se meteu)! 

Vou precisar de muita lata para ligar para a mulher do próprio e solicitar uma marcação, mas vou reunir todos os esforços para soar o mais profissional possível e interessada apenas nos dotes de massagista do R porque o mesmo tem muito boas referências e foi-me recomendado...o que não deixa de ser verdade! Eu não quero prejudicar ninguém. Apenas sou da opinião que duas pessoas se podem divertir sem levantar grandes ondas. 

Eu desejo-o e cada vez que estou com ele anseio um contacto mais intimo e a minha imaginação perde-se em filmes eróticos sobre o prazer que ele me poderá proporcionar. Eu não quero mudar a vida dele nem provocar danos colaterais, só quero descobrir como é estar com ele, quero um acto isolado não um contrato de efectividade! É uma curiosidade inocente, uma oportunidade de duas pessoas descobrirem algo diferente e depois continuarem com as suas vidas levando apenas na memória a recordação de um momento bem passado. Estilo pontes de madisson county, mas menos dramático, mais pro activo e até quem sabe didáctico! 

É instintivo, eu quero-o e ele também há-de querer...ou não. Logo se verá...

Até breve!

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Estado de (des)Graça

12 de Abril de 2012
Hoje voltei a estar com o R e estou deliciada. Encontro-me num estado de graça tal que parece que estou a flutuar!

Acho que estou a apaixonar-me...ou não...Whatever...

Depois de ter assistido ao seu concerto pedi à minha amiga para o convidar para lanchar, se fosse eu a fazer o convite ele poderia recusar com medo das minhas intenções, que são as melhores eu garanto.

Fomos então lanchar com mais duas amigas, mas a cumplicidade foi tal que era como se estivéssemos só os dois. 

Pode ser fruto da minha imaginação, mas acho que ele gostou de conversar comigo e estava igualmente deliciado. Pelo menos desta vez não estava com pressa de ir embora, estava relaxado e a usufruir da companhia . Claro que esta mudança no seu comportamento se verificou porque desta vez eu fui comedida nos comentários e subtil nas palavras. Percebi que ele se intimida com a minha frontalidade, portanto há que mudar a estratégia para não espantar a caça.

Falei sobre aquilo que eu sabia que o faria descontrair e relaxar, a música. Ficou de tal forma entusiasmado com o tema que descontraiu e deixou-se levar. Enquanto ele dissertava sobre música eu deliciava-me com a sua expressão, o seu sorriso e toda a sua forma de ser e estar.

É maravilhoso poder olhar para ele enquanto fala, perceber cada traço do seu rosto, fixar-me na sua boca e deixar-me embriagar pelo som da sua voz, ao ponto das suas palavras perderem o som e serem apenas uma melodia de fundo. E tudo isto não seria possível se ele conseguisse ver-me!

Gosto dele, gosto muito dele, mas a minha amiga é amiga da mulher dele e pediu-me para não o seduzir porque se sente na obrigação de avisar a outra se eu persistir. Tenho um dilema...ou não... 

Eu queria virar costas, mas já não consigo, é mais forte do que eu. Sei que posso vê-lo daqui a oito dias e dou comigo a ansiar pelo reencontro, a tentar adivinhar o que lhe vou dizer, como será que ele vai reagir e já não consigo evitar.

Quero vê-lo, quero ir mais longe na nossa relação, quero ficar intima dele (ou pelo menos ter alguma intimidade) para poder dar o bote, ou seja, perceber se ele quer morder o isco. Idealizei o cenário perfeito e não descanso enquanto não o colocar em prática.

Ele, também, é massagista e o ideal era marcar uma sessão com ele, o problema é que pelos vistos ele já não faz massagens. Tem imensas marcações mas não o faz, portanto seria muito estranho aceitar fazer-me uma massagem, no mínimo levantaria algumas questões pertinentes.

Mas eu tenho de sentir as suas mãos percorrer o meu corpo, quero sentir se, também, me deseja. Não quero que me diga, nem que o insinue, quero sentir. Quero descobrir o que poderei sentir quando as suas mãos pousarem em mim, quero que ele sinta o meu desejo e que esse desejo fale com ele. Quero comunicar através dos sentidos, sem pronunciarmos uma única palavra. 

Toda a gente diz que é errado o que estou a fazer ou o que quero fazer com ele (e ainda nem comecei). Mas o que poderá haver de errado em algo tão sincero e natural?!

Estou a adorar o que ele me faz sentir, estou nas nuvens só de imaginar a possibilidade de existir algo entre nós e quero partilhar com o mundo. Toda a gente me repreende e ninguém me entende, portanto vou ter de viver isto só para mim, o que não tem piada nenhuma. De que vale ter asas se não for para voar? De que vale viver uma aventura se não podemos partilhar? 

Ainda não sei o que vou fazer, mas com certeza vou estar de novo com ele e depois logo se vê. E também existe sempre a possibilidade (ainda que remota, pois eu não brinco em serviço) de ele me rejeitar e toda esta fantasia não passar disso mesmo, uma fantasia.

Seja como for, há algo mais forte que não me deixa desistir e me obriga a levar as minhas intenções avante, portanto vou seguir o meu instinto e voar...só espero que seja para os seus braços!

Até breve!

sábado, 14 de abril de 2012

Ver ou Não Ver, Eis a Questão!

8 de Abril de 2012
Este sim é o post que eu queria escrever e que se transformou no post anterior, uma espécie de diário lamechas com direito a citações e tudo. Bem, vamos ao que interessa, no outro dia voltei a encontrar o ceguinho, amigo de uma amiga, aquele que já mencionei aqui no blog, o músico que também é massagista ou vive versa.

Vou chamá-lo R, porque ceguinho pode parecer gozo ou pena e garanto que o que eu sinto por ele não é uma coisa e muito menos a outra! A minha amiga contou-me um episódio menos feliz do R, que envolvia a minha pessoa, me fez ficar danada com ele e deixar de lhe achar assim tanta graça, mas quando voltei a ver o seu sorriso fofo e maravilhoso não consegui ficar chateada com ele e decidi dar-lhe mais uma oportunidade. 

Como ele é cego e nos conhecemos, há um ano atrás, num bar cheio de gente e barulho também, decidi fazer de conta que ainda não nos conhecíamos e voltei a apresentar-me. Confesso que como ele ficou intimidado, digamos, com a minha sinceridade e talvez possa não ter ficado com uma boa impressão da primeira vez, decidi começar de novo, assim como uma espécie de déjà vu.

Pode parecer cruel, mas porque não?! Porque coitadinho é cego! Nada disso, afinal de contas é ele que quer que o tratemos como uma pessoa normal, portanto assim será. E se este déjà vu correr mal talvez da próxima vez me apresente com o meu segundo nome e fale num tom mais grave para não me reconhecer!

Acho-o um charme, um tanto ao quanto paranóico e stressado, mas isso é fruto de ser cego há apenas cinco anos ou então é a minha presença que o deixa assim! O seu ar de menino e a sua postura por vezes confusa e nervosa fazem dele a preza perfeita, quero dizer um amor, um querido que precisa de aprender a relaxar e a tirar proveito da condição que lhe foi imposta. 

Não me interpretem mal, a vida foi injusta com ele, mas ele tem de enfrentar o problema de frente, esquecer os complexos e talvez até tirar alguma vantagem disso. E acreditem que se ele quisesse era um sucesso com as mulheres.

Só tem um defeito e não é ser cego. É comprometido, praticamente casado, pois é este é um defeito que pelos vistos é transversal a todos os homens que me despertam algum interesse. Parece um karma, o facto é que é uma constante na minha vida, mas não quer dizer que seja um impedimento. Se calhar é mesmo o meu karma, a minha missão, até onde sei a relação dele está péssima e a mulher quer vê-lo pelas costas e talvez eu seja a ajuda que ambos precisam!

Em tempos, uma professora disse-me que talvez a minha missão, o meu karma fosse ensinar e melhorar os homens que passam pela minha vida. Se assim for não haja dúvida de que estou a cumprir o meu karma de forma exemplar, só é pena não ter usufruto dos meus próprios ensinamentos, mas há que ser grande e altruísta e se é para o bem comum que assim seja!

O R desperta de novo em mim a vontade de fazer planos, que é como quem diz delinear uma estratégia para conseguir encontros com ele onde se torne evidente o que quero e de forma a que ele não consiga escapar. Não sei o que quero exactamente dele, o que sei é que gosto dele e que quero que ele goste de mim e depois disso logo se vê.

O meu lado inconsciente , sedento de aventura e que gosta de viver na beira do precipício pode estar a falar mais alto. Mas o que é a vida sem um pouco de emoção?!

Vamos ver como as coisas se (des)enrolam!

Até breve!

Cego é Aquele Que Não Quer Ver...

7 de Abril de 2012

Abri o blog para vos falar de um episódio divertidíssimo, mas o título arrastou-me inevitavelmente para lembranças recentes menos boas, que despoletam um turbilhão de sentimentos algo confusos, entre a tristeza das lembranças e a euforia de um reencontro que me faz divagar nos mais infantis e inconscientes pensamentos.

Estou outra vez no impasse do costume, a sentir-me estúpida por me deixar chegar até aqui de novo e triste porque, por muito que eu saiba o que devo fazer, acabo sempre por cometer o mesmo erro e permitir que ele me magoe e mais uma vez leve um pedaço de mim. Pedaços esses que vai retirando a pouco e pouco e me transformam em algo que não sou, mas que inevitavelmente vai modificando a minha personalidade e moldando o meu carácter de tal forma que não me reconheço e na maioria das vezes não gosto da maneira como vejo o mundo e as pessoas. E tudo isso vai fazendo de mim quem sou, às vezes acho que melhor outras julgo que pior!

Não percebo este ciclo vicioso que eu teimo em reiniciar sempre que o mesmo parece ter terminado e estar resolvido! Tenho a perfeita noção de que por algum motivo que me transcende eu acabo sempre por recorrer a ele. Talvez por um certo conforto financeiro, uma dependência afectiva ou simplesmente porque não gosto de ficar sozinha durante muito tempo.

Our brain works in mysterious ways, a capacidade que a nossa memória tem em se lembrar apenas daquilo que mais nos convém é extraordinária. A memória é selectiva, na medida em que, com o passar do tempo vai esquecendo as discussões, as pequenas coisas tão insuportáveis que fazem com que já não consigamos olhar para a cara de quem está connosco e apenas se recorda dos bons momentos, das frases bonitas e dos carinhos de que tanto sentimos falta. A memória é traiçoeira, é o que é.

Não sei porque raio me apaixonei por um homem que não é em nada aquilo que eu admiro ou quero para passar o resto da vida a meu lado. Começo a achar que é uma forma perversa que uso para ter uma desculpa para não me comprometer de verdade com ninguém.Talvez porque eu não seja talhada para viver com alguém durante uma vida inteira, talvez porque realmente os homens não conhecem o amor e, portanto, logo não o reconheçam quando o encontram.

Uma vez alguém me disse que a culpa é das expectativas e a verdade é tão simples quanto isso. Se não esperarmos nada de ninguém não nos desiludimos. Mas, então, como planeamos uma vida com alguém da qual não esperamos nada?

É inevitável mais tarde ou mais cedo criarmos expectativas, afinal de contas "o sonho comanda a vida" e o que são as expectativas senão o sonhar com algo que queremos que se concretize? 
No que diz respeito aos homens e às relações cada vez mais acredito menos em ambos e por isso prefiro ver as coisas de forma diferente. Encarar o facto de que não vale a pena criar expectativas, as coisas são como são e o que vier a mais é por acréscimo e será uma agradável surpresa em vez de uma grande desilusão!

Às vezes pergunto-me como cheguei até aqui, como é que deixei a minha vida sentimental chegar a este ponto tão estúpido e confuso e do qual não consigo sair. Quero esquecê-lo, tirá-lo da minha vida de uma vez por todas. Preciso deixar de amar este homem que apenas serve para aumentar a minha veia literária. Sinto-me uma Margarida Rebelo Pinto em "o dia que te esqueci"! Será que nunca vou realmente conseguir esquecer este homem e que de uma forma ou de outra as coincidências ou dependências da vida nos vão juntar sempre que já quase o tiver esquecido?!

O apego é o preço do afecto e a carência a prima pobre do amor, eu sou fraca e por muito que lute não consigo evitar o lugar comum de voltar para os seus braços e enganar-me a mim mesma nem que seja por breves momentos.

Não há pior cego do que aquele que não quer ver e eu, meus caros, fecho os olhos mais vezes do que o que devia e tantas que já não acredito em uma palavra do que digo e as minhas convicções já nem a mim me convencem. 

Mas eu sou uma gaja rija e não vou aceitar esta merda de ânimo leve, portanto, também isto há-de passar e eu mudar...

Até breve!

Esta é a real data em que escrevi o post. Como estou sem pc publico os posts em datas aleatórias.