quarta-feira, 9 de maio de 2012

Road Trip


O destino é poderoso e por muito que tentemos manipulá-lo ele vence todos os obstáculos e bate todas as probabilidades.

 A filha da minha amiga tinha um concerto em Guimarães, concerto este que era no mesmo dia em que ela actuava com o R e eu fiquei de lhe dar boleia! Claro está que eu tinha de tentar convidá-lo para me acompanhar na viagem sob o pretexto de não voltar sozinha para o Porto. Sempre que ele vem actuar tem de ir embora cedo pois a mulher é quem lhe dá boleia e, quis o destino, nesse dia ela não pôde. Aproveitei a deixa e convidei-o, e enquanto eu me preparava para disparar um cem número de argumentos plausíveis, ele aceitou de imediato pedindo apenas como troca boleia para casa. 

Ou este convite foi aceite depressa demais ou os deuses deviam de estar a conspirar a meu favor, ou então a E tinha razão ele afinal, também, está interessado! Ninguém é parvo e ele com certeza não o é, se quisesse cortar-me a conversa já o tinha feito há muito tempo. E provavelmente ele está a gostar tanto ou mais do que eu!

A boleia para lá foi célere, cerca de quarenta e cinco minutos, e formal para cá não tão célere demorei duas horas e foi menos formal, mas comedida e até muito controlada. Não fiz nenhum comentário atiradiço, pronto sou capaz de ter dito uma ou outra coisa menos séria no contexto de uma conversa séria, mas nada que o pudesse assustar. Quis que ele me visse de uma forma mais séria, que se sentisse à vontade e que confiasse em mim, pois bem resultou lindamente, no final da viagem já me confidenciava a sua vida. Já foste! Que é como quem diz, a partir daqui já não escapas.

Deixei-o em casa, despedi-me dele com dois beijos enormes na face e tocando-o o mais possível. Como ele não vê, o toque torna-se o mais próximo de um olhar mais cúmplice e sei que sempre que esbarro nele "acidentalmente" ou o toco enquanto conversamos ele percebe a tensão implícita no toque. Só ainda não aprendeu a disfarçar, pois sempre que eu o toco enquanto fala ele pára, quase para se certificar de que está a sentir correctamente, mas com o tempo, há-de melhorar.

No entanto, levei o meu papel de gaja séria e atinada demasiado ao pé da letra pois não é que me esqueci de lhe sacar o número de telefone... Imperdoável! Mas como já aprendi a não contrariar o destino nem a apressá-lo deixei ficar assim mesmo e no próximo concerto não há-de faltar desculpas para conseguir o número. 

A ver vamos...

Até breve!

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